“As muito bonitas que me perdoem, mas feiura é fundamental.”

“As muito bonitas que me perdoem, mas feiura é fundamental.” Me perdoe também, poeta. Eu que te amo tanto e muitas vezes vejo tua face na lua embriagada, mas feiura é fundamental.

Não pode ser? alguns dirão. Pobres.

Como pode alguém tanto perdoar sem poder pecar. Perdoamos pelo mesmo motivo que pecamos, pois somos de carne. Se houvesse apenas o perdão o pecado não existiria e por isso Eva foi feia. A feiura é qualquer pecado inesquecível; a beleza é o eterno passar despercebido.

Como são feias as freiras no seu silêncio e as executivas na hora do rush; como são feias as estudantes de lápis desapontado e as bibliotecárias de óculos quebrados;

como são feias as putas de calcinhas rasgadas; como são feias as que não dizem adeus!; como são feias as que te matam muito depois do adeus, poeta!

como são feias as mulheres que engravidou e ainda mais feias aquelas que não te deixam dormir. Pois quando pensa não é a beleza de que te lembra; é a feiura que tu odeias.

Me perdoe, poeta! por descordar tão assim; me perdoem as bonitas demais também! pois quem perdoa peca e pecar é feio.